terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Prioridades

Quando eu era criança, uma das poucas lembranças que eu tenho, era que eu sempre ia atrás de um garotinho que eu gostava.
Se ele pedisse para eu lamber o chão, eu lamberia duas vezes.
Ah, o primeiro amor.
Isso cega a gente, até não saber mais o que é certo e o que é errado.
Depois eu cresci um pouco, me chamar de criança já seria ofensa, afinal... Eu era aborrecente.
Eu ia para a escola do Ensino Fundamental, tinha as minhas “amigas”, na verdade eu só era uma das seguidoras da garota mais bonita do colégio.
A Paty era simplesmente perfeita.
Eu não tentava imitar ela, nem queria. Mas, eu não queria ficar sozinha no recreio.
Então, passei quase os oito anos de martírio naquele colégio perto dela.
Só não fiquei os oito, porque no final... Encontrei algumas amigas que eu ficava junto na hora do recreio.
Agora eu percebo que eu sempre estive na sombra de alguém.
Eu sempre fiquei em segundo plano.
E...
Agora eu percebo, que nada daquilo do que eu dava tanta importância tem valor.

Eu fui ao Orkut de um dos melhores amigos do meu irmão. Ele é como se fosse o meu irmão mais velho.
Se eu to com uma roupa curta ele quase me bate. É engraçado.
Ele me protege e não deixaria que nada acontecesse de ruim comigo.
E...
Ele não tem uma foto minha no Orkut dele, no álbum que ele dedicou aos seus amigos.
Tem a de pessoas que ele nem fala mais, mas minha, que falo com ele quase toda a semana (agora ele tem namorada e não vem mais aqui em casa jogar Priston) não tem.
A primeira coisa que eu sabia que teria, era um ataque.
“Como assim ele não tem uma foto minha?”
“Ele sabe que pode confiar em mim e não faz essa homenagem pra mim?”
“Que absurdo.”

A segunda coisa que eu sabia que teria, era um choro.
“Eu não sou importante pra ele.”
“Ele não me ama.”
“Ele é um falso.”

E então finalmente a terceira: Indiferença.

Porque, isso realmente não importa.

Só porque uma pessoa não faz uma determinada coisa para mim, não significa que ela não me ama.
Por exemplo...
Meu irmão ganhou o segundo computador e eu fiquei chupando o dedo.
Não significa que a minha mãe não me ame, nem que ela ame mais o meu irmão.

Coisas materiais, coisas que servem apenas para vangloriar ou humilhar uma pessoa, não vale a pena.

Você perde a razão quando grita.
E perde a cabeça quando gritam com você.
Então... Eu aconselho a ficar calado.

Mas, voltando ao assunto em questão.

Talvez eu realmente não seja digna de uma homenagem.

Eu sou feinha, não sou gostosa, sou super chata, não tenho uma conversa legal, tudo o que eu escrevo é um lixo.
Ele tem razão de não me colocar lá.

Entretanto... Se eu te falar que eu não fiquei triste seria mentira, mas...
Eu não me importei.

Eu não vou mudar em nada no meu jeito.
Vou continuar escrevendo, por mais que não valha a pena ler.
Vou continuar pulando, por mais que eu pareça louca.
Vou continuar sorrindo, por mais que eu esteja triste.

E... Vou fazer um álbum exclusivo para ele no meu Orkut...
=)

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